sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Livro 10 - A Cidade e a Moda
Livro 10 - A Cidade e a Moda - Maria do Carmo Teixeira Rainho
Livro lido na rua, hoje... Dia mega corrido. Bom, na verdade esse livro é a dissertação de mestrado defendida pela autora em 1992, no Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura da PUC-Rio. Como toda tese, é cheia de citações de autores, o que pode tornar a leitura um tanto quanto chata, para quem não conhece os autores citados, ou mesmo um pouco enrolada, já que é necessário exprimir e criticar cada um, para demonstrar qual 'via' está sendo seguida no trabalho.
Mas vamos lá: a cidade do título é a cidade do Rio de Janeiro, no início do século XIX, quando do desembarque da Corte Portuguesa aqui no Brasil, e a moda é como a Corte causou impacto na cidade, não somente moda roupa, mas em todos os aspectos: arquitetônicos, sociais, culturais e, claro, como a "elite" da cidade, que, como não havia "superiores" para se mostrar e conviver de maneira civilizada, começou a consumir e usar as roupas consideradas adequadas perante a Corte.
A cidade sofreu um processo de europeização, em todos os aspectos. A autora usou como fontes inúmeros jornais da época, manuais de etiqueta e até teses médicas sobre a saúde e higiene (havia contestações sobre, por exemplo, o uso de espartilho e também como proceder a higiene física).
Maria do Carmo cita também o que era o bom tom na hora de se vestir, demonstrando as diferenças de vestuário de mulheres solteiras e mulheres casadas, assim como homens solteiros e homens casados.
O engraçado é que uma mulher solteira tinha que ser mais recatada e sem jóias do que as mulheres casadas, para "atrair" presentes e agrados dos pretendentes... Já as mulheres casadas, com ostentação, eram como vitrines da riqueza do marido. O contrário acontece em relação aos homens, podendo usar "as modas" até com certa ousadia quando solteiro, mas com parcimônia e roupas clássicas após o casamento, para demonstrar a "seriedade" de um pai de família.
O que mais chamou minha atenção foram as opiniões dos jornais femininos, principalmente os com um viés feminista, dizendo que a moda era uma futilidade e que era facilmente esquecida e deixada de lado... Uma opinião que cai por terra em épocas de Fashion Weeks, não?
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