quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Livro 2 - Um Dia - David Nicholls



UM DIA – VINTE ANOS. DUAS PESSOAS.
“A melhor história de amor atemporal para aqueles que sempre desejaram ter alguém que nunca tiveram.” – Adele Parks (escritora inglesa)
“Um livro brilhante sobre o assombroso hiato entre o que éramos e o que somos.” – Tony Parsons  (jornalista e escritor britânico)
David Nicholls nasceu na Inglaterra e é  formado em Literatura e Teatro Inglês. O que o tornou, antes de tudo, um roteirista (ok, um roteirista indicado para o BAFTA, duas vezes – mas um roteirista). Um parêntese: BAFTA – British Awards of Film and Television Arts – o equivalente ao Oscar britânico.
Um Dia originou o filme de mesmo nome, com o roteiro do próprio autor (rá) e direção de Lone Scherfig, a mesma diretora de Educação (confesso que amei esse filme, e irei assistir Um Dia por causa disso).
O que quero dizer destacando o fato que David Nicholls é antes de tudo roteirista é que o livro segue o ritmo exato, na minha opinião, de um filme. Chato – emoção – surpresa – etc etc etc.
A história está resumida, em minha opinião, no subtítulo do livro – vinte anos, duas pessoas. De 1988 a 2007, mostrando as idas e vindas de Em e Dex, Dex e Em. Emma e Dexter, dois amigos de faculdade em um dia específico – 15 de julho, durante 20 anos. Lembra muito o filme Harry e Sally – Feitos um para o outro, com Meg Ryan e Billy Crystal, de 1989 (http://www.imdb.com/title/tt0098635/), que é citado em uma parte do livro, inclusive (o que para mim já mostra como é a história).
Meio bobinho e previsível no começo, com clichês tipo “agora os dois estavam imunes um ao outro, seguros nos confins de uma firme amizade” (página 81), draminhas existenciais de Emma (“precipitação e espontaneidade não combinavam com ela”, “por que não conseguia ser mais impulsiva e espontânea”), draminhas existenciais de Dexter (juventude sexo, drogas e rock’n’roll).
Há o trabalho primoroso de destacar em cada ano da vida dos personagens o que estava acontecendo, trazendo inclusive momentos engraçados, como quando Dexter, moderninho, compra um aparelho celular e Emma, perplexa, diz que nunca irá ter um aparelho desses.
A história me lembrou dois livros e dois filmes.
Vamos aos filmes:                                                                                        
O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas (http://www.imdb.com/title/tt0090060/) – filme com teens dos anos 80, como Rob Lowe e Demi Moore (sim, ela mesma). Lançado em 1985, retrata exatamente a questão do início de Um Dia – nos formamos, e agora o que fazemos, os namoradinhos, a menina que tem queda pelo “galã” do grupo e outras coisas que fazem parte da chamada “entrada para a vida adulta. Seria a primeira parte do livro (para mim).
Peter’s Friends, acho que o título em português ficou “Para o Resto de Nossas Vidas” (http://www.imdb.com/title/tt0105130/) – filme inglês, dirigido por Kenneth Branagh, com Emma Thompson, Stephen Fry, que interpreta o papel principal, e também o agora famoso internacionalmente Dr. House, o ator Hugh Laurie, entre outros. Depois de anos formados, o Peter do título convida seus velhos amigos para uma reunião, em um final de semana, em sua casa. Dramas da vida adulta, dores, seria a segunda parte de Um Dia.
O primeiro livro se chama A Pele do Desejo, de Benoît Groult, escritora francesa, sobre um casal que se conhece em um verão, numa praia, e se apaixonam, mas há vários impedimentos – ela, uma rica e burguesa garota, ele, um pescador nascido e criado na praia. Isso não impede que os dois tenham um romance. Embora pareça clichê, não é. E apesar de ter virado um filme lindo de viver (para quem se interessar, tem que baixar na internet - http://www.imdb.com/title/tt0105306/), não é uma história roteiro. É um livro.
O segundo livro se chama De Verdade, de Sándor Marai, escritor húngaro. O livro conta a mesma história, mas pela visão de 3 personagens. Também repito: é um livro, não um livro para ser adaptado para cinema, ou pelo menos não para um blockbuster de Hollywood.
Sim, Um Dia é um livro interessante e que prende a atenção, mas sinceramente, se fosse escolher, ficaria com os livros citados. Vamos ver como se sai o filme blockbuster, com a queridinha de Hollywood Anne Hathaway  (O Diabo veste Prada) e Jim Sturgess (Across the Universe).

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